sexta-feira, 18 de março de 2016

O ARPOADOR
trecho

Naquele exato momento um grupo de marinheiros
invadiu a estalagem. Nunca poderei esquecer o aspecto pitoresco e inusitado daqueles homens, com as barbas
salpicadas de neve e capotes grossos. Pareciam mais
um bando de ursos polares.
Logo que entraram, dirigiram-se resolutamente para o balcão. Ali estava o velho Jonas, cuja função era nunca deixar vazios os copos dos marujos, que atendia a todos com a sua proverbial amabilidade.
Pessoalmente, acho muito natural que todos aquêles
marinheiros, ausentes há tanto tempo da terrinha,
tivessem uma sêde enorme. Mas a bebida não tardou
em fazer efeito e começou a fuzarca. Passaram a cantar
ou então a cabecear de sono. Só um dêles parecia alheio
à confusão. Era um homem de expressão muito séria,
que logo me agradou. Como o destino se encarregou
de torná-lo um bom camarada de viagens marítimas, 
vou descrevê-lo, embora de um modo superficial.   

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