segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

CURSO DE ILUSTRAÇÃO EDITORIAL
MARIZA
A CHARGE ALUCINÓGENA DOS ANOS 70


MARIZA - Mariza Dias da Costa
São Paulo, Brasil 1952.
É uma das mais importantes ilustradoras da imprensa brasileira. No Pasquim, na Folha de São Paulo onde
ilustrou o Diário da Corte, de Paulo Francis ou nas
colunas de Contardo Calligaris, na ilustrada, Mariza
sempre incendiou as páginas com seu traço violento,
irônico e incomparável. Este livro é uma amostra
de um gênio (gênia?) do desenho de imprensa.

texto editorial de apresentação 
Conheci as ilustrações de Mariza durante os anos oitenta,
quando morava no interior. Era a época do jornal em branco
e preto, da guerra das Malvinas, da redemocratização,
dos planos de estabilidade econômica, do rock nacional,
de um Brasil inseguro - por vezes patético -, que quería
ser moderno mas na hora "h" censurava filme francés...
Mas, vira-e-mexe, apareciam naquelas páginas ilustrações
que desafiavam minha concepção adolescente do mundo:
eram construídas a partir de referenciais estéticos embaralhados por línhas, formas e colagens inusitadas
que pareciam querer se desprender do formato condensado,
apertado, monocromático e racional dos jornais. Quase sempre, delas emanava um inconformismo enraizado em
todas as vertentes - políticas, filosóficas, estéticas,
escalafobéticas, 'bacamárticas' - e que vinha à tona em busca de vigor e contemporaneidade, naquele Brasilzão que
- mais uma vez - buscava se libertar dos grilhões da perfídia.
Num determinado instante, não me lembro quando, Mariza
sumiu dos jornais. Confesso que durante boa parte dos anos
noventa, com frequência os deixava formando pilhas intocadas durante semanas em minha sala de estar - muito
trabalho, correria, desânimo e preguiça de acompanhar os
rumos que o Brasil pós impeachment trilhava, com seus fuscas reeditados, namoradas presidenciais sem calcinha
e receitas políticas indigestas que combinavam com escargot com dendê.
Quando voltei a ser um leitor assíduo de jornais, Mariza
já não estava mais por lá como outrora. Mas o destino quis,
em consonáncia com minha impressão de que suas ilustrações quase podiam romper a folha do jornal e ganhar vida, que eu a conhecesse pessoalmente no início dos anos
2000, e com ela formasse uma parceria, que dura até hoje.

Marcelo Ribeiro

Psiquiatra (UNIFESP) e analista junguiano (SBPA-SP), vem cuidando de Mariza desde 2001.
trecho do texto de apresentação do livro "MARIZA...e depois a maluca sou eu!"
editora Peixe Grande - São Paulo 2013

MARIZA


MARIZA


MARIZA


MARIZA


MARIZA


MARIZA


MARIZA


MARIZA


MARIZA


MARIZA


MARIZA


MARIZA


MARIZA


MARIZA


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MARIZA


MARIZA


MARIZA


MARIZA


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MARIZA


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MARIZA


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MARIZA


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