quarta-feira, 28 de maio de 2014

Causa e efeito são mutuamente dependentes,
tanto no sentido de sua projeção para o futuro
quanto no seu caráter retrospectivo.
Um gera o outro, em função de uma necessidade
inexoravelmente determinada, constituída de conexões
que nos seriam fatais, caso fôssemos capazes
de descobri-las todas de uma só vez. 
O vínculo de causa e efeito, ou, dito de outro modo,
a transição de um estado para outro, constitui também
a forma de existência do tempo, o meio através do qual
ele se materializa na prática cotidiana. No entanto,
após ter provocado seu efeito, a causa não é descartada
como se fosse o estágio usado de um foguete espacial.
En presença de qualquer efeito, remontamos constantemente à sua fonte, às suas causas - em outras palavras, poder-se ia dizer que fazemos o tempo retroceder
através da consciência. Num sentido moral, causa e efeito podem ser ligados por um processo de retroação, quando então, por assim dizer, uma pessoa volta ao seu passado.
Em seu relato sobre o Japão, o jornalista soviético Ovchinnikov escreveu: "Considera-se que o tempo, per se,
ajuda a tornar conhecida a essência das coisas. 
Os japoneses, portanto, têm um fascínio especial por todos
os sinais de velhice. 
Sentem-se atraídos pelo tom escurecido de uma velha árvore, pela aspereza de uma rocha ou até mesmo
pelo aspecto sujo de uma figura cujas extremidades foram
manuseadas por um grande núnero de pessoas. A todos
esses sinais de uma idade avançada eles dão o nome de saba, que significa, literalmente, "corrosão". Saba, então,
é um desgaste natural da matéria, o fascínio da antigüidade, a marca do tempo, ou pátina. Saba, como elemento do belo, corporifica a ligação entre arte e natureza."
Em certo sentido, poder-se ia dizer que os japoneses tentam
dominar e assimilar o tempo como a matéria de que é
formada a arte.
A esta altura, é inevitável que nos lembremos daquilo
que disse Proust a respeito de sua avó: "Mesmo quando
pretendia dar a alguém um presente eminentemente prático,
como, por exemplo, uma poltrona, um serviço de mesa
ou uma bengala, ela sempre fazia questão de que fossem
"velhos", como se estes, purificados do seu caráter utilitário
pelo desuso, pudessem nos contar como haviam vivido
as pessoas nos velhos tempos, em vez de se prestarem
à satisfação das nossas necessidades modernas."
CURSO DE ILUSTRAÇÃO EDITORIAL
FÉLIX NADAR
O RETRATO

FÉLIX NADAR (pseudónimo de Gasspard-Félix Tournachon
Paris, França 1820-1910
Antes de se dedicar a fotografia, Nadar foi caricaturista
do jornal ilustrado "Le Charivari" em 1848. Em 1849 criou a "Revue Comique", e o "Petit Journal Pour Rire".
Tirou as suas primeiras fotografias em 1853, e em 1858,
ao sobrevoar Paris num balão de ar quente tornou-se
a primeira pessoa a tirar fotografias aéreas.
Por volta de 1863, Nadar construiu um enorme balão 
de ar quente, com cerca de 6000 m/3 chamado "Le Géant"
(O Gigante), inspirando Julio Verne na sua obra "Cinco Semanas Num Balão". Ambos criaram uma sociedade
de incentivo a este tipo de navegação aérea, com Nadar como presidente, e Julio Verne como secretário.
Em abril de 1878, cedeu seu estúdio de fotografia 
aos pintores Monet, Pisarro, Renoir, Sisley, Cézanne, 
Berthe Morisot e Edgar Degas, numa altura em que
o Impressionismo era rejeitado pela crítica, 
o que les posibilitou  a apresentação da primeira exposição
impressionista, antes do "Salão dos Recussados".
A fotografia de Nadar ficou conhecida pelos retratos que
ele fez, dos artistas e escritores do século XIX.
dados extraídos da Wikipédia

NADAR - Julio Verne


NADAR - Eugène Delacroix


NADAR - Sarah Bernhardt


NADAR - Eduard Manet


NADAR - George Sand


NADAR - Camille Corot


NADAR - Francois Milliet


NADAR - Madame Victor Tournachon


NADAR - Mikhail Bakounine


NADAR - Charles Baudelaire


NADAR - Charles Baudelaire