quinta-feira, 13 de março de 2014

CURSO DE ILUSTRAÇÃO EDITORIAL
TARSILA DO AMARAL
 CUBISMO - SURREALISMO - ANTROPOFAGIA

TARSILA DO AMARAL


TARSILA DO AMARAL - Capivari, São Paulo 1886 - São Paulo, Brasil 1973
Tarsila foi uma das figuras centrais do Movimento Modernista Brasileiro.
Seu quadro "Abaporu" de 1928 inaugura o Movimento Antropofágico
nas artes plásticas.
Filha de latifundiários paulistas, nasceu e foi criada na fazenda São Bernardo,
em Capivari, no interior de São Paulo. Estudou no colégio de freiras do
bairro de Santana e no colégio Sion em São Paulo, e completou os estudos
em Barcelona, Espanha.
Ao chegar da Espanha, em 1906, casou-se com o médico André Teixeita Pinto.
Rapidamente seu primeiro casamento chegou ao fim. A diferença cultural do casal
era grande. O marido se opunha ao desenvolvimento artístico de Tarsila, já que
ele era conservador, e, para os homens da época, a mulher só deveria cuidar do lar.
Revoltada com essa imposição ela se separa, mas só conseguiu a anulação do
casamento anos depois. Com ele teve sua única filha Dulce.
Começou a aprender pintura em 1917. Em 1920 viaja a París e frequenta a academia
Julian, onde desenhava com modelo. Também estudou de Emile Renard.
Em 1922, ao voltar ao Brasil, aderiu as idéias modernistas. conhece Anita Malfatti
quem lhe apresenta a Oswald de Andrade, Mario de Andrade e Menotti del Pichia.
Esses novos amigos passaram a frequentar seu ateliê, e formaram o "Grupo dos Cinco". Em 1923, na Europa, Tarsila se uniu a Oswald de Andrade e o casal viajou
por Portugal e Espanha. De volta a Paris, estudou com os artistas cubistas: frequentou a academia de André Lhote, conheceu Pablo Picasso e tornouse amiga 
de Fernand Léger, de quem foi discípula, e conservou a técnica das cores planas
do seu cubismo sintético. Em 1924, em meio à uma viagem de "redescoberta do Brasil" com os modernistas e com o poeta franco-suiço Blaise Cendrars, Tarsila
iniciou sua fase "Pau-Brasil", dotada de cores e temas acentuadamente tropicais,
onde surgem os "bichos nacionais" (mencionados em poema por Carlos Drummond
de Andrade), a exuberância da fauna e flora brasileiras, e as máquinas e trilhos,
símbolos da modernidade urbana.
Casou-se com Oswald de Andrade em 1926, e no mesmo ano realizou sua primeira exposição individual na galeria Percier, em Paris.
Em 1928, Tarsila pintou o "Abaporu", cujo nome de origem indígena significa
"homem que come carne humana", obra que originou o Movimento Antropofágico
idealizado pelo seu marido. A "antropofagia" propunha a digestão de influências
extranjeiras, como no ritual canibal (em que se devora o inimigo com a crença de
poder-se absorver suas qualidades), para que a arte nacional ganha-se uma feição mais brasileira. Em 1929 Tarsila expõe suas telas pela primeira vez no Brasil,
no Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, em virtude da quebra da bolsa de Nova York,
conhecida como a crise de 1929, a sua familia sente os efeitos da crise do café,
e Tarsila perde a sua fazenda. Ainda nesse mesmo ano, Oswald de Andrade separa-se de Tarsila porque ele se apaixonou e  decidiu casar com com a revolucionária Patricia Galvão, conhecida como "Pagu. Tarsila sofre demais com a separação e com a perda da fazenda, o que a leva a entregar-se ainda mais a seu trabalho no mundo artístico.
Em 1930, conseguiu o cargo de conservadora da Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Deu inicio à organização do catálogo da coleção do primeiro museu de arte paulista.
porem, com o advento da ditadura de Getulio Vargas e com a queda de Julio Prestes, perdeu o cargo. Em 1931, Tarsila vendeu alguns quadros da sua coleção particular
para poder viajar a União Soviética com seu novo marido, o psiquiatra paraibano
Osório César, que a ajudaria a se adaptar às diferentes formas de pensamento político social. O casal viajou a Moscou, Leningrado, Odessa, Constantinopla, Belgrado
e Berlim. Logo estaria novamente em Paris, onde Tarsila sensibilizou-se com os
problemas da classe operária. Sem dinheiro, trabalhou como operária na construção
e pintora de paredes. Logo conseguiu o dinheiro necessário para voltar ao Brasil.
Com a crise de 1929 ela perdera todos os seus bens. No Brasil, por participar de
reuniões políticas de esquerda e pela sua viagem a União Soviética, é considerada
suspeita e é presa acusada de subversão. Em 1933, a partir dos quadros "Operários"
e "Segunda classe", a artista inicia uma fase de temática social. Em meados dos
anos 30, o escritor Luiz Martins, vinte anos mais jovem que Tarsila, torna-se seu
companheiro constante, primeiro de pinturas, depois da vida sentimental. Ela se
separa de Osório e se casa com Luiz, com quem viveu até os anos 50.
A partir da década de 40, Tarsila passa a pintar retomando estilos de fases anteriores.
Expõe nas 1º e 2º Bienais de São Paulo. Em 1960 ganha uma retrospectiva no Museu de Arte Moderna (MAM). É tema da sala especia na Bienal de São Paulo de 1963,
e no ano seguinte apresenta-se na 32º Bienal de Veneza.
Em 1965, separada de Luiz Martins e vivendo sozinha, foi submetida a uma cirurjia
de coluna, e um erro médico a deixa paralítica, permanecendo em cadeira de rodas
até seus últimos dias.
Tarsila faleceu no Hospital da Beneficencia Portuguesa, em São Paulo, em 1973.
texto extraído da Wikipédia