O deserto já motivou a produção de muitas imagens e histórias.
Já foi atrelado a buscas místicas e existenciais, incorporado
como lugar de privações e resistência sem esquecermos
o isolamento e vazio. Uma paisagem onde é quase impossível
encontrar foco.
Ao apresentar a proposta "Deserto Gráfico" Luciano Feijão
e Gabriel Albuquerque propõe, entre outros possíveis
significados para o tema, a idéia de que a folha branca de papel
ainda imaculada é como um campo vasto de possibilidades.
Acostumados a ter uma narrativa por companhia, ela espelhava
uma certa angústia comparada a um vazio interior: o que desenhar?
JULIO TIGRE
O propósito deste blog é o de mostrar o trabalho do ilustrador,independente das regras impostas pelo mercado,nas quatro disciplinas praticadas por mim, em diferentes momentos e veículos: A Caricatura na Imprensa,A Ilustração na Imprensa,A Ilustração Editorial e O Poema Ilustrado. Também são mostradas modalidades diferentes das mesmas propostas como: Montagens das exposições e a revalorização do painel mural, através das técnicas de reprodução digital em baner.
sábado, 17 de agosto de 2013
Se pensarmos na profusão de imagens as quais hoje somos submetidos,
encarar este vazio como o fundo branco de uma tela é no mínimo ingênuo.
O deserto que se pronuncia por trás de nossa retina
é uma massa diversificada de imagens, onde o excesso
não permite também foco, deixando-nos incapacitados
de descrever com detalhes o que realmente vemos.
Os desenhistas nessa proposta aceitaram este desafio e, cada qual a sua maneira,
emprenderam sua jornada neste oceano de referências, que já vieram
como síntese de outras imagens, imagens pós-texto, parafraseando
o pós-histórico de Vilém Flusser em seu texto "O futuro da escrita", quando propõe
uma linha evolutiva onde as imagens pre-históricas que representam o mundo,
aos poucos tornam-se históricas com a escrita. Com a tecnologia chegamos
às imagens técnicas, estas tecno-imagens representam na verdade textos.
JULIO TIGRE
encarar este vazio como o fundo branco de uma tela é no mínimo ingênuo.
O deserto que se pronuncia por trás de nossa retina
é uma massa diversificada de imagens, onde o excesso
não permite também foco, deixando-nos incapacitados
de descrever com detalhes o que realmente vemos.
Os desenhistas nessa proposta aceitaram este desafio e, cada qual a sua maneira,
emprenderam sua jornada neste oceano de referências, que já vieram
como síntese de outras imagens, imagens pós-texto, parafraseando
o pós-histórico de Vilém Flusser em seu texto "O futuro da escrita", quando propõe
uma linha evolutiva onde as imagens pre-históricas que representam o mundo,
aos poucos tornam-se históricas com a escrita. Com a tecnologia chegamos
às imagens técnicas, estas tecno-imagens representam na verdade textos.
JULIO TIGRE
O desenho não é somente uma coisa mental.
O desenho tem a memória do pulso, do corpo que é capaz
de alterar o que a mente planeja, porque não somos uma máquina
que reproduz mecanicamente o que foi programado.
Esta memória do corpo no desenho tem a precisão de um instrumento,
uma mecânica de expressão. É com ela que o artista desenhista
elabora na prática seu pensamento e que, por vias diversas,
é capturado pelo olhar e transformado em memória.
JULIO TIGRE
O desenho tem a memória do pulso, do corpo que é capaz
de alterar o que a mente planeja, porque não somos uma máquina
que reproduz mecanicamente o que foi programado.
Esta memória do corpo no desenho tem a precisão de um instrumento,
uma mecânica de expressão. É com ela que o artista desenhista
elabora na prática seu pensamento e que, por vias diversas,
é capturado pelo olhar e transformado em memória.
JULIO TIGRE
Luciano Feijão buscou outro território com seu desenho,
a vastidão interior, para a qual preferimos, muitas vezes, virar as costas,
ocupando-nos de nossa existência mundana. Quem sou eu?
E toda vez que olha o espelho o vê estilhaçar, esfacela-se.
Suas figuras parecem querer representar mais de uma personagem
buscando a habitabilidade neste mundo, que quer povoar este deserto interior
esquartejando-se e duplicando-se, e, novamente, é remontada
em uma nova configuração. Um personagem que se duplica em vários
e acaba por se transformar em nenhum.
A identidade passa do conteúdo para o traço ,
uma tarefa árdua no processo do artista em produzir estas dez pranchas.
Feijão torna suas figuras torturadas numa paisagem de corpos
trabalhados obsessivamente com hachuras.
JULIO TIGRE
a vastidão interior, para a qual preferimos, muitas vezes, virar as costas,
ocupando-nos de nossa existência mundana. Quem sou eu?
E toda vez que olha o espelho o vê estilhaçar, esfacela-se.
Suas figuras parecem querer representar mais de uma personagem
buscando a habitabilidade neste mundo, que quer povoar este deserto interior
esquartejando-se e duplicando-se, e, novamente, é remontada
em uma nova configuração. Um personagem que se duplica em vários
e acaba por se transformar em nenhum.
A identidade passa do conteúdo para o traço ,
uma tarefa árdua no processo do artista em produzir estas dez pranchas.
Feijão torna suas figuras torturadas numa paisagem de corpos
trabalhados obsessivamente com hachuras.
JULIO TIGRE
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