domingo, 21 de abril de 2013

CANTO GERAL - Referência: Desenhos no chão - Nazca


CANTO GERAL - Referência: Desenhos no chão - Nazca


CANTO GERAL - Referência: Deus do milho zapoteca


CANTO GERAL - Referência: cordilheira


CANTO GERAL - Referência: Máscara funerária - México


CANTO GERAL - Referência - Arquitetura precolombiana


CANTO GERAL - Referências: Ruina precolombiana / Cabeça: escultura Olmeca- México



CANTO GERAL - Referência: pintura mural azteca


CANTO GERAL - Referência: pintura mural azteca


CANTO GERAL - Referência: Manuscrito azteca ilustrado


CANTO GERAL - Referência: Arquitetura azteca: Templo do Sol


CANTO GERAL - Referência - Esculturas aztecas


CANTO GERAL - Referência - Escultura azteca


CANTO GERAL - Referência


CANTO GERAL - Referência - Escultura azteca - granito


CANTO GERAL - Referência


CANTO GERAL - Rreferência


CANTO GERAL - Referência: pintura azteca


CANTO GERAL - Referência: pintura azteca


CANTO GERAL - Referência: pintura azteca


CANTO GERAL - Referência


CANTO GERAL - Rreferência: cordilheira


CANTO GERAL - Referência: cordilheira



terça-feira, 16 de abril de 2013

GONZALO CÁRCAMO - CHILE
"Thapa Kunturi: ninho do condor"
Texto e ilustrações


GONZALO CÁRCAMO nasceu em 1954 em Los Angeles, no Chile.
Artista plástico e caricaturista, colabora como ilustrador
para editoras de livros, revistas e jornais do Brasil, do Chile e da Espanha.
Publicou "Modelo vivo, natureza-morta" (Paulus), "Aquarelas e variações
sobre Paraty (Luna), "Lorotas da cobra Gabi", "A fantasia do urubu Beleza" (Melhoramentos) e "O amigo fiel" (Berlendis).
Para escrever Thapa Kunturi, Cárcamo buscou inspiração nos troperos
que transitam na cordilheira dos Andes.

Cárcamo - "Thapa Kunturi: ninho do condor"


A cordilheira dos Andes ten sido cenário de muitas histórias
inspiradoras, repletas de emoção e perigo, algumas vividas por aventureiros
que transitam por trilhas estreitas nas alturas entre imponentes montanhas
nevadas, onde um paso em falso seria suficiente para se precipitar
irremediavelmente no abismo.
O conto "Thapa Kunturi" está situado na época pré-hispânica,
ou pré-colombiana, que quer dizer antes do chamado descobrimento
da América por Cristóvão Colombo, em 1492.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Cárcamo - "Thapa Kunturi: ninho do condor"


Nos vales e escarpados andinos,
pastavam lhamas de cores variadas con sua
longa pelagem de lã, tão integradas à paisagem
que quase se confundiam com ela.
Mansos como ovelhas, os animais
acabaram sendo domesticados pelos índios
e criados em rebanhos. Serviam como meio
de transporte de carga, como alimento
e proporcionavam lã para tecer roupas
que permitissem suportar o frio intenso
que morde a pele na montanha.

Cárcamo - "Thapa Kunturi: ninho do condor"


Inesperadamente, sentiu uma
agitação entre umas rochas perto de
onde estava, o que atraiu a sua atenção.
Algo parecia escavar o solo, provocando
um grande alvoroço.
De repente, surgiu pulando
entre os penhascos um estranho filhote
de pássaro de cor esbranquiçada.
O bicho parecia um tufo de algodão
desvairado que tentava, a qualquer custo,
escapar do focinho de um pequeno
gato-montês que não lhe deu trégua
até conseguir abocanhá-lo num pulo voraz
- NHAC!

Cárcamo - "Thapa Kunturi - ninho do condor"


O filhote de escassas penas, batizado
de Khuna pelo menino, em pouco tempo
conseguia correr, ainda que desengonçado,
e seguir os passos do seu protetor Wuayna
Chacha.

Cárcamo - "Thapa Kunturi: ninho do condor"


domingo, 14 de abril de 2013

Não passou muito tempo e um incidente
no lago Titicaca veio turvar a alegria do menino.
Certa manhã, enquanto Wuayna Chacha
se divertia pescando no lago com seus amigos,
uma enorme sombra escureceu a balsa de
totora. Um enorme pássaro preto descia
como um raio dos céus.
Wintata, apavorada, mal teve tempo de 
pular nas águas do lago, mas o pequeno Khuna
acabou sendo apanhado pelas garras do pássaro,
que o levou pelos ares até desaparecer
entre os picos da montanha.

Cárcamo - "Thapa Kunduri: ninho do condor"


Num instante a figura luminosa
reapareceu, rastejando sinuosa como
um réptil e irradiando um brilho
pulsante até sumir numa pequena
cavidade entre as rochas.
Atraído pela curiosidade, o menino 
desceu vagarosamente até achar a fenda
na montanha onde tinha visto a luz
cintilante aparecer.
De repente, Wintata recuou,
apavorada. Alguma coisa resplandecia
no interior da estreita caverna.
Wuayna Chacha estremeceu;
não conseguiu resistir a curiosidade
e, como que puxado por um fio invisível,
se esgueirou pela fenda até conseguir
alcançar o centro da caverna.

Cárcamo - "Thapa Kunturi: ninho do condor"


Ele não podia imaginar que
a pequena figura que carregava seria capaz
de provocar tamanho alvoroço na aldeia.
As crianças acharam que fosse um
vaga-lume gigante e se aproximaram
excitadas, dando gritos de entusiasmo
e admiração.
Alguns adultos manifestaram certa
hostilidade; as mulheres cobriam o rosto
ou olhavam de longe, amedrontadas.
A presença do misterioso objeto deixou
a comunidade enfeitiçada e confusa.

Cárcamo - "Thapa Kunturi: ninho do condor"


O homem de olhar impiedoso e vestidura
reluzente ergueu um braço e mostrou
uma moeda brilhante na ponta dos dedos.
Então guardou-a entre as mãos, agitando-as
agilmente. Depois estendeu os punhos
fechados e separados à sua frente e,
com voz gutural e gestos breves, pediu
a Wuayna Chacha que escolhesse 
uma das mãos.
Sem compreender as palavras,
apenas pressentindo o que ele desejava,
o menino apontou com receio
a mão esquerda do estranho.
Ligeiro como um prestidigitador,
o homem juntou as mãos para disfarçar
a trapaça e depois abriu-as lentamente,
expondo a moeda na mão direita. Revelava
assim o infortúnio ao menino, declarando
que ele acabara de perder a aposta e,
portanto, devia ceder o passo

Cárcamo - "Thapa Kunturi: ninho do condor"


O menino baixou a cabeça, desolado.
Sua memória o levou de volta à aldeia
em torno do lago, onde tinha sido tão feliz,
onde tivera a breve companhia de Khuna.
Lembrou o momento em que salvou
a vida da sua inseparável Wintata,
tingindo a face do filhote logo após
o nascimento com corante de tecido
para evitar que integrasse o rebanho
de lhamas brancas, reservadas como
oferenda aos deuses. Fez isso porque
nunca assimilara muito bem o princípio
dos rituais com sacrifícios.

Cárcamo - "Thapa Kunturi: ninho do condor"


quinta-feira, 11 de abril de 2013

O frio ficou intenso, e um nó na garganta
parecia sufocá-lo. Wuayna Chacha teve certeza
de que seria incapaz de abandonar a sua amiga
fiel nessa hora.
Desarmado, o menino olhou pela última vez
a imponente cordilheira dos Andes. Tampou
os olhos de Wintata com a mão, apoiou o pé
na parede rochosa da montanha e num impulso
impetuoso se lançõu no abismo.
Um condor, que acompanhava atento
os movimentos de Wuayna Chacha, rapidamente
abriu as asas e mergulhou no precipício,
evitando assim a queda fatal do menino
e de sua lhama.

Cárcamo - "Thapa Kunturi: ninho do condor"


O condor retomou o vôo
num giro magistral em direção ao céu
e planou no topo da cordilheira
para depois arremeter num rasante
sobre o lago Titicaca.
Ao chegar bem perto da superfície,
abriu as garras  e libertou
seus amedrontados prisioneiros,
que caíram nas águas do lago
com grande estrondo.

Cárcamo - "Thapa Kunturi: ninho do condor"


Cárcamo - "Thapa Kunturi: ninho do condor"


Assustado, Wuayna Chacha acordou
com um frio chuvisco caindo em seu rosto.
Era tarde, o tempo tinha virado,
e uma nuvem cinzenta passava derramando
uma breve chuva na montanha.
Depois de espantar o sono, tratou de refletir
sobre o que tinha se passado, levantou-se e correu
para dar um abraço forte e demorado em Wintata,
que continuou a ruminar serenamente
alguma gramínea fresca que acabara de arrancar
entre as pedras da montanha.
Wuayna Chacha olhou para o céu e viu que o sol
voltara a acender em matizes púrpura o esplendor
do crepúsculo no topo da majestosa cordilheira.
Uma brisa suave e perfumada soprou em seu rosto,
devolvendo-lhe um sentimento de paz e felicidade
que confortou o seu coração.
O menino esfregou os olhos e sacudiu a cabeça
algumas vezes antes de retornar a sua aldeia.

Cárcamo - "Thapa Kunturi: ninho do condor"


sábado, 6 de abril de 2013

CANADÁ
Máscaras Dos Povos Nativos

Máscaras dos indios canadenses



As máscaras dos nativos da Costa Noroeste do Canadá, enraizadas numa cultura rica em estética e oralidade, cosmologia e mitologia, mas sem uma língua escrita, servem para transmitir estórias, mitos, história, conhecimentos e até propriedades, de geração a geração.
As várias nações, embora divididas em famílias e linhagens diversas, compartilham um ancestral comum a todos, e uma cosmologia na qual o universo é composto por vários domínios: do céu, das águas, da terra, e do mundo dos espíritos - habitados por humanos, animais e pássaros, e seres míticos.  
Muitos mitos elaboram as fronteiras porosas entre esses domínios e o constante intercâmbio entre eles, especialmente no passado remoto quando alguns seres míticos casaram com humanos, certos humanos receberam poderes ou conhecimentos especiais, ou animais se transformaram em seres humanos e fundaram uma linhagem, grupo, ou nação. Estes acontecimentos, registrados em canções, danças, estórias, esculturas e pinturas servem para explicar as relações entre as várias nações e também entre os humanos e o mundo natural ou espiritual. 
Suas várias versões são de propriedade de indivíduos, famílias, ou grupos, que os representam periodicamente na cerimônia principal destas nações, o potlatch.Nestes eventos, há canções e dançarinos que usam as mascaras para representar os ancestrais, mitos e seres míticos do grupo, em rituais que podem exigir anos de treinamento.  Todos os nomes, brazões, direitos e propriedades são mostrados ou descritos, todas as canções são cantadas, e todas as máscaras são dançadas.
Os convidados dos potlatchsão testemunhas dos direitos de uso destas canções, estórias, danças e máscaras, do uso de territórios específicos (um certo rio para pescar, os frutinhos de uma certa área, por exemplo)assim como a transferência de direitos por causa de morte, casamento, etc.
Desta forma, as máscaras são documentos que corporificam divisões tribais, mitologia, assim como os direitos dos seus donos.  São posses importantes que podem ser adquiridos por herança ou casamento entre ou dentro das tribos e grupos, embora sejam destruídas e reconstituídas a cada tanto.  As máscaras dos artistas nativos contemporâneos renovam as velhas tradições ao mesmo tempo em que introduzem novos materiais e temas da vida moderna.
tradução: Karen Giffin

Máscaras dos índios canadenses


Máscaras dos índios canadenses


Máscaras dos índios canadenses -- "Máscara da baleia assassina" -- "Esta máscara , um dos emblemas secundários do clan do lobo, do povo Tlingit, é usada nas cerimónias pelos efes."


Máscaras dos índios canadenses


Máscaras dos índios canadenses


Máscaras dos índios canadenses