Jean-Auguste Dominique Ingres
e a utilização de lentes na pintura.
O propósito deste blog é o de mostrar o trabalho do ilustrador,independente das regras impostas pelo mercado,nas quatro disciplinas praticadas por mim, em diferentes momentos e veículos: A Caricatura na Imprensa,A Ilustração na Imprensa,A Ilustração Editorial e O Poema Ilustrado. Também são mostradas modalidades diferentes das mesmas propostas como: Montagens das exposições e a revalorização do painel mural, através das técnicas de reprodução digital em baner.
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
JEAN-AUGUSTE DOMINIQUE INGRES - França 1780-1867
Ingres ficou famoso na história da pintura, principalmente como
pintor de retratos. Foi aluno de David e atuou na passagem do
Neoclassicismo para o Romantismo.
A partir de 1830 opôs-se com veemência, da sua posição de
académico, ao triunfo do romantismo pictórico representado
por Delacroix.
Ingres ficou famoso na história da pintura, principalmente como
pintor de retratos. Foi aluno de David e atuou na passagem do
Neoclassicismo para o Romantismo.
A partir de 1830 opôs-se com veemência, da sua posição de
académico, ao triunfo do romantismo pictórico representado
por Delacroix.
Se Ingres usou uma câmara lúcida para
desenhar retratos, terá usado também
dispositivos ópticos para sua pintura?
Tome, por exemplo, o belo retrato de
madame Leblanc, pintado em 1823,
mais de 15 anos antes da invenção da
fotografia química. Veja como é de uma
precisão realista o tecido com motivos
decorativos. Que diferença para o estudo
de uma cortina, por Cézanne, um estudo
certamente feito a olho. Mas e olho (e
coração) estão em ação aquí; pode-se ver
claramente como o quadro foi construído.
Será que o tecido do retrato de Ingres foi
feito do mesmo modo? Se a pessoa rejeita
o uso da óptica, terá então de dizer sim,
ele também foi feito a olho. Mas acho isso
difícil de acreditar. Não há "estranheza"
na reprodução das dobras, das sombras
ou do delicado motivo que acompanha
cada sinuosidade do material de modo tão
convincente. Seriam precisas habilidades
de observação e pintura da mais elevada
ordem para fazê-lo "a mão livre".
desenhar retratos, terá usado também
dispositivos ópticos para sua pintura?
Tome, por exemplo, o belo retrato de
madame Leblanc, pintado em 1823,
mais de 15 anos antes da invenção da
fotografia química. Veja como é de uma
precisão realista o tecido com motivos
decorativos. Que diferença para o estudo
de uma cortina, por Cézanne, um estudo
certamente feito a olho. Mas e olho (e
coração) estão em ação aquí; pode-se ver
claramente como o quadro foi construído.
Será que o tecido do retrato de Ingres foi
feito do mesmo modo? Se a pessoa rejeita
o uso da óptica, terá então de dizer sim,
ele também foi feito a olho. Mas acho isso
difícil de acreditar. Não há "estranheza"
na reprodução das dobras, das sombras
ou do delicado motivo que acompanha
cada sinuosidade do material de modo tão
convincente. Seriam precisas habilidades
de observação e pintura da mais elevada
ordem para fazê-lo "a mão livre".
Levaria também largo intervalo de tempo,
tempo precioso para um artista tão requisitado
como Ingres. Sem dúvida, se tivesse tido
noticia de um modo de acelerar o processo, ele
o teria usado. Ele estava, afinal, no negócio de
fazer imagens. Ingres presenciou o advento da
fotografia e, segundo um relato, fez uso de
fotografias em seus últimos anos. Certamente
terá tido conhecimento da cámara escura, e
não há motivo para supor que dela também
não tenha feito uso. O tecido drapeado sobre a
cadeira de madame Leblanc não poderia, creio
eu, ter sido feito sem algum expediente óptico.
O motivo acompanha as dobras impecavelmente,
o que significa que deve ter sido traçado ponto
por ponto. A óptica fornece o único meio prático
de fazê-lo.
extraido de "O Conhecimento Secreto" de David Hockney
tempo precioso para um artista tão requisitado
como Ingres. Sem dúvida, se tivesse tido
noticia de um modo de acelerar o processo, ele
o teria usado. Ele estava, afinal, no negócio de
fazer imagens. Ingres presenciou o advento da
fotografia e, segundo um relato, fez uso de
fotografias em seus últimos anos. Certamente
terá tido conhecimento da cámara escura, e
não há motivo para supor que dela também
não tenha feito uso. O tecido drapeado sobre a
cadeira de madame Leblanc não poderia, creio
eu, ter sido feito sem algum expediente óptico.
O motivo acompanha as dobras impecavelmente,
o que significa que deve ter sido traçado ponto
por ponto. A óptica fornece o único meio prático
de fazê-lo.
extraido de "O Conhecimento Secreto" de David Hockney
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