quinta-feira, 14 de abril de 2011

MANIFESTO

RICARDO CARPANI - "Operários" - óleo

É evidente que no nosso país, com excessão de alguns valores isolados, não surgiú até o presente momento, uma expressão plástica trancendente que definisse a nossa personalidade como povo. Os artistas não podemos permanecer indiferentes perante este fato, e consideramos imprescindível levarmos avante um profundo estudo da origem desta frustração. Se analizarmos a obra da maior parte dos pintores argentinos, principalmente aquêles que a crítica têm levado ao primeiro plano, observamos uma total alienação do nosso meio. E observamos o plágio sistemático e a repetição constante de velhas e novas fórmulas que, na sua versão original constituem autênticas descobertas artistísticas, mas, copiadas sem sentido crítico se transformam em balbucios de impotentes.

PASCUAL DI BIANCO - "Encontro" - óleo

Os motivos que determinam esta situação estão nos alicerses da vida económica e política da qual a cultura é complemento. Uma economia alienada e obediente ao capital imperialista, que origina o colonialismo cultural e artistístico que padecemos. As oligarquias, gente aliada ao imperialismo, controla direta e indiretamente os mecanismos que movem a nossa cultura, enaltecendo ou sumindo no esquecimento os artistas, e "selecionando" só aquêles que les servem. Constitue, por ser a clase mais abastada, o principal mercado comprador de obras de arte. Em virtude dos interesses que representa, se caracteriza no plano cultural, por uma mentalidade submisa aos valores extranjeiros, desprezando o verdadeiramente nacional e popular.