sexta-feira, 3 de setembro de 2010

PUENTE DE LA MEMÓRIA / Homenagem aos 98 desaparecidos do Colegio Nacional de Buenos Aires / Acompanhando o ato, montamos uma exposição das fotos da época para transmitir aos alunos o que tinha acontecido. As fotos eram a única coisa que tinha ficado dos 98 companheiros. Uma ferramenta para transforma-los em pessoas concretas, próximas. Decidí incluir na mostra a foto do grupo do primeiro ano, modificada com meus textos e os retratos atuais dos meus companheiros. As fotos ficaram expostas no Colegio durante uns dias. A luz do sol, que atravesava as enormes janelas do claustro, batia na face dos estudantes que se detinham a observar, e produzia seu reflexo no vidro. O retrato desses reflexos é parte fundamental deste trabalho, já que representa a transmissão dessa experiência para outras gerações. / M.B

Fernando Rubén Brodsky, meu irmão, sequestrado em 14 de agosto de 1979 e desaparecido - foto de autoria da minha mãe.

Puente de la Memória

Puente de la Memória

Buena Memória

"Nos fomos criados num clima de medo, gerado pela violência do golpe militar. Tentando superar os 30.000 desaparecidos, as familias destruidas, tudo de ruim que aquí aconteceu. Todo esse "obscurantismo" que quiseram nos impor durante a década de 70, dizendo que tudo aquilo foi uma luta de bons contra maus. Podemos dizer "aquí aconteceu isto" mas nunca tivemos uma visão muito clara da questão. As fotos da exposição são comoventes. Expressam muito mais que tudo que pode expressar uma noticia no jornal. Com Puente de la Memória conseguimos um nível de transmisão de sentimentos, de circunstãncias e de emoções que dificilmente teríamos logrado sem as imagens e os depoimentos de todas as gerações envolvidas. Creio que ao olhar a foto de qualquer dos garotas e garotos daquele momento, não podemos negar que é parecido a qualquer companheiro. Nos paineis fotográficos podemos ler nas fisionomias situações semelhantes as que vivemos todos nos. Não podemos esquecer. Não podemos olhar de lado e dizer que não aconteceu nada. Devemos olhar para atrás e dizer que aquí ouve gente que pensou de uma forma, que sentiú de uma forma, que trabalhou para mudar as coisas, e também se equivocou. Somos humanos e podemos nos equivocar em algumas coisas. Mas essa gente expressou a vontade por um mundo mais solidário, com valores que hoje estão muito longe. Devemos tomar a esência, a intenção." ANDRÉS / sexto ano

Puente de la Memória

Buena Memória

Buena Memória

"Puente de la Memória"

Claudio dizia que o fim determina os meios. / Sempre foi um sugeito decidido. / Era dirigente estudantil mais exercia a liderança de modo reservado. / Cuando os "fachos" chegaram nas portas do Colégio, os enfrentou com os punhos, e lhe abriram a cabeça de uma paulada. / Suas armas sempre foram de menor calibre. / Até que o mataram.

Claudio Tisminetzky morreu num enfrentamento com o exército em 1975