quinta-feira, 29 de abril de 2010

O ato de imaginar... é um ato mágico.
E uma encantação destinada a fazer aparecer o obgeto pensado, a coisa desejada, para podermos nos apossar deles.
Há sempre nesse ato, algo de imperioso, algo de infantil, uma recusa em levar em conta a distância, as dificuldades.
Assim, através de ordens e preces,
a criança, de seu berço, age sobre o mundo.
A essas ordens da consciência,
os objetos obedecem;aparecem.
Jean Paul Sartre

quarta-feira, 28 de abril de 2010

ARTISTAS DA AMÉRICA LATINA GUIDO PIETRO / Argentina

Guido Pietro - foto: Trimano - Santa Teresa - Rio de Janeiro 2006

GUIDO PIETRO (pseudónimo) de Guido Piotrkowski / Nasceu em Buenos Aires, Argentina em 1977. / É fotográfo e jornalista free-lancer. / Descobriú a fotografia aos 19 anos, e iniciou uma extensa viagem pela India, Turquia, Egito, Israel, Europa, México, Perú, Bolivia e finalmente Brasil, onde morou por 5 anos. Trabalha em Buenos Aires, colaborando para revistas de informação, e o jornal "Página 12", importante veículo de opinião portenho. Autor do ensaio fotográfico "Cartoneando", reportagem sobre os catadores de lixo reciclável de Buenos Aires. Prepara exposição para 2011 no Rio de Janeiro, onde mostrará a série "Carnaval, Trilogia de uma Procissão Pagã", um trabalho realizado nos três, principais carnavais do Brasil: Rio de Janeiro, Olinda/Pernambuco e Salvador/Bahia, focalizando o "carnaval de rua". Rio de Janeiro 2010

"Cartoneando I" - Buenos Aires - Argentina

"Cartoneando II" - Buenos Aires - Argentina

"Cartoneando III" - Buenos Aires - Argentina

Reportagem ilustrada

"Cartoneando IV" - (El tren blanco) - Buenos Aires - Argentina

"Cartoneando V" - Buenos Aires - Argentina

"Cartoneando VI" - Buenos Aires - Argentina

Bahia - Brasil

quinta-feira, 15 de abril de 2010

FOTOJORNALISMO
No fotojornalismo a fotografia pode exibir toda sua capacidade de transmitir informações. Essas informações são transmitidas pelo simples "enquadramento" escolhido pelo fotógrafo diante do fato. A fotografia em preto e branco publicada em jornais existe há mais de 100 anos, e é uma das carateristicas do fotojornalismo. Embora a fotografia colorida tenha ganhado espaço no inicio dos anos 70 com as revistas semanais. Os daguerreótipos obtidos pelos irmãos Natterer em 1841 retratando a procissão de centésimo aniversário de Joseph II em Viena, foram o primeiro registro fiel de um evento a ser divulgado. O curto tempo de exposição, apenas um segundo, o que levou as imagens a serem intituladas "sekundebilder". Permitiú pela primeira vez o congelamento do movimento. O final do século XIX e inicio do século XX, vê o aparecimento de películas cada vez mais sensíveis. Isso irá permitir o registro da ação durante seu desenrolar, o que acaba por se tornar a carateristica definidora do fotojornalismo. Após a segunda guerra, surge na França, uma agencia-cooperativa de fotógrafos independentes com os mesmos obgetivos: ter liberdade de pauta, discutir os trabalhos realizados, se aprofundar nas reportagens e sobretudo lutar pelos direitos autorais e a posse dos negativos originais. Essa agencia, fundada em 1947, em París, por Henri Cartier-Bresson, Robert Capa, David Seimour e George Rodger, chamouse AGENCIA COOPERATIVA MAGNUM . Pioneira em toda a história do jornalismo.

J.Thomson - Night Watchman - Peking 1865

John Thomson - 1837-1921 - Inglaterra
Geógrafo, viajante e pioneiro do fotojornalismo.
Fotografou o extremo Oriente na segunda
metade do século XIX. Os mendigos
e a denominda "nobreça" da China Imperial.
As pessoas, as paisagens e os costumes.
Ele viajou por todo o território continental da
Malásia e da ilha de Sumatra estudando as
vilas e os povos indígenas.Viaja a China em
1868, e passa 4 anos fotografando e fazendo
expedições a regiões quase despovoadas,
onde seus habitantes nunca antes tinham
visto uma cámera fotográfica. Teve
que fotografar em variadas condições, e muitas
vezes teve que improvisar porque os produtos
químicos eram difíceis de adquirir. Entre 1876 e 1877,
em Londres e em parceria com o jornalista Adolphe
Smith, colabora na produção da revista mensal
Street Life, projeto documentado com fotos e texto
sobre a vida dos moradores de rua de Londres.
Esta série foi publicada em livro em 1878

J. Riis - "Five Cents a Spot" - New York 1889

JACOB RIIS - 1849-1914 - Dinamarca
Como a outra Metade Vive: Estudos
Entre os Tenements de Nova York
de 1890, foi um trabalho pioneiro de
fotojornalismo de Jacob Riis, documentando
as péssimas condições de vida nas favelas
de Nova York City na década de 1880.
Riis emigrou para os Estados Unidos em 1870.
Em 1877 tornou-se repórter policial do New
York Tribune. Foi bem sucedido. Logo começa
a publicar um Photojournal documentando essas
condições com descrições gráficas, desenhos,
fotografias e estatisticas. Em 1889 escreve um
enérgico artigo sobre o tema, que foi publicado
com uma série de gravuras de suas fotografias.
Técnica comum na época, que consistia em
reproduzir uma fotografia em desenho a "bico
de pena", para ser publicada em jornal. Em 1888,
contratado como fotojornalista pelo New York
Evening, foi um dos primeiros fotógrafos a
utilizar o flash de pó, que lhe permitia fotografar
interiores das favelas a noite. Em 1889, publica
no Scribner's Magazine, um relato ilustrado da
vida da cidade, que teve como título "Como Vive
a Outra Metade". Nos próximos 25 anos, Riis
fotografou e escreveu sobre o problema dos
pobres, recebendo influência de Charles Dickens,
e suas histórias dos pobres de Londres, que Riis
admirava. A sua auto-biografia "The Making of
an Américan" foi publicada em 1901.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

JOGO DE LUZ

Certa vez, pelos idos de 1997, consultei o jornalista Paulo Francis (meu colega na TV Globo de NY) sobre qual lugar traduzia melhor a paisagem natural dos EUA, em termos de beleza e tranqüilidade anti-estresse (era para umas férias curtas) – e ele respondeu sem pestanejar: - Aproveite o Maine, aqui ao norte, tem maravilhas insondáveis. Assim aconteceu. Com um carro alugado e muita disposição passei alguns dias conhecendo este belo lugar, na fronteira com o Canadá, que agora reencontro nas fotografias de Robert Frank, o fotógrafo da natureza.Frank é um dos fotógrafos selecionados por Trimano para homenagear (lembrar) o foto jornalismo, uma arte quase esquecida nos dias de hoje, quando abundam as reproduções e as imagens virtuais. Alguns, como Lewis Hine, se notabilizaram por um trabalho político e social, outros reproduziram a natureza que os cercavam. Mas todos, aqui reunidos neste blog, guardam uma característica comum: são geniais.

Toninho Vaz

L. Hine - Spinner at Frame - North Carolina 1908

L. Hine - Newsboy - Washington 1912

L. Hine - Breaker Boys - Pennsylvania 1910

LEWIS HINE - 1874-1940 - Estados unidos
Estudou sociologia em Chicago e Nova York
entre 1900 e 1907, antes de achar trabalho
na Escola de Cultura Ética. Mais tarde ditou
um curso cujo ensino foi denominado "Fotografia
Documental". Em 1908 produce a série de fotografias
dos metalúrgicos de Pittsburg. Hine mostrou a opinião
pública, nas suas fotos, as péssimas condições de
trabalho, campanha que teve como resultado a
aprovação da lei de trabalho infantil. Fotógrafo "militante",
também volta o seu olhar para os milhões de imigrantes
vivendo marginalizados em super povoados cortizos em
Nova York. Em 1908 o Comité Nacional do Trabalho Infantil,
contratou Hine, quem trabalhou durante 8 anos, documentando
exploração de mão de obra infantil, viajando pelos estados
tirando fotos de crianças trabalhando em fábricas. Após o
sucesso da sua campanha contra a exploração do trabalho infantil,
Hine trabalhou para a Cruz Vermelha durante a primeira guerra.
De 1930 a 1931, fotografou os trabalhos de construção do
Empire State Building. Este material foi publicado em um livro
intitulado "Men At Work", em 1932. Ele tinha dificuldade para
ganhar dinheiro com as suas fotografias. Em 1940 perdeu
sua casa após deixar de pagar a "Corporação de Empréstimos
para Proprietários de Casas". Hine morreu na pobreza 11
meses depois.

D. Lange - Egyptians Villagers - 1963

D. Lange - Lettuce Cutters, Salinas Valley - California 1935

D. Lange - Sharecropper and family - Georgia 1938

DOROTHEA LANGE - 1895-1965 - Estados Unidos Nos anos 1930, ao serviço da Farm Security Administratión, ela percorreu vinte e dois estados do Sul e Oeste dos Estados Unidos, recolhendo imagens que documentam o impacto da grande depressão na vida dos camponeses. Lange é a autora da famosa fotografia "Mãe imigrante" de 1936.

A. Kertész - "A Woman of Gurna" - 1959

A. Kertétsz - "Blind Musician" - 1921

ANDRÉ KERTÉSZ - 1894-1985 - Hungria
A fotografia documental como forma de arte.
Depois de anos como fotógrafo amador de
instantáneas em Budapeste, mudou-se para
París em 1925, onde começou uma carreira de
fotógrafo freelancer e conhece o fotógrafo
Brassai. De 1933 a 1936, publica 3 livros
de suas próprias fotografias. Em 1936
mudou-se para os Estados Unidos e se
estabelece em Nova York onde ganhou
a vida fotografando arquitetura e interiores
para revistas como Casa e Jardim.

E. Smith - "Pont Bedeau Hospital" - 1958

EUGENE SMITH - 1918-1978 - Estados Unidos
É visto como um artista fotógrafo, mestre do seu
oficio. Aos 14 anos, interessado em engenharia
aeronáutica, com uma cámera emprestada de sua
mãe (também uma entusiasta da fotografia) vai tirar
fotos no aeroporto local. Sua primeira reportagem.
Logo, a fotografia torna-se seu grande interesse.
Muitas vezes considerado "problemático" pelos
editores, por causa de sua recusa a permitir que
seus quadros, a sua disposição, e muitas vezes
o texto que acompanha, seja moldado pela política
da revista ou qualquer outra coisa diferente da sua
visão pessoal. Entre 1936 e 1937, passa o ano
trabalhando na revista Newsweek. A seguir produz
uma série de fotos sobre a vida dos mineiros americanos,
publicada no The New York Times. Em 1942 se torna
correspondente de guerra, tendo estado em 26 missões
de combate. Esteve em Okinawa e no "Dia D". Gravemente
ferido se retirou durante anos da fotografia. Na sua volta,
produz uma das imagens mais famosas do século, "A Walk
Paradise Garden" de 1946, destaque do livro "Family of Man".

terça-feira, 13 de abril de 2010

H. Cartier-Bresson - "View from Lenin Hills" - 1954

HENRI CARTIER-BRESSÓN - 1908-1980 - França Considerado o idealizador do "fotojornalismo". Em 1931, aos 22 anos, viajou a África, onde passou um ano como caçador. Nesse período descobre a "verdadeira fotógrafia" inspirado por uma foto do húngaro Martin Munkacsi, publicada na revista "Potographies" mostrando 3 rapazes negros a correr em direção ao mar, no Congo. Luta na Resistência na Segunda Guerra. Em 1947, funda a agência MAGNUM, junto a Robert Capa, Bill Vandivert, George Rodger e David Saymour, e tornase o primeiro fotógrafo europeu a registrar a vida na União Soviética e a Revolução Cultural na China. O livro mais impotante sobre o seu trabalho é "The Decisive Moment" de 1952.

R. Orkin - "Summer Afternoon in the Slums" - 1948

RUTH ORKIN - 1921-1986 - Estados Unidos
Aos 17 anos ela fez uma viagem de bicicleta
de Los Angeles a Nova York para ver a Feira
Mundial de 1939, fotografando ao longo do
caminho.
Também retratou personalidades
como Leonard Bernstein e Aaron Copland.
Em 1951, foi enviada pela revista LIFE a
Israel para fotografar sua orquestra filarmónica.
Em seguida foi para Itália onde realizou a série
"American Girl In Italy" documentário sobre as
mulheres que viajavam sozinhas na Europa
depois da guerra.
De seu apartamento com vista para o Central
Park fotografou maratonas, desfiles, concertos,
e a beleza da mudança das estações.
Estas fotos foram o tema do livro "Mais fotos
da minha janela".