quarta-feira, 29 de abril de 2009

detalhe

Adélia Luis Bitencourt Dütanüna - "Peixe" - guache 2000

Xisto Batista Muratú Üücü rü Yauwenecü - guache 1999

João Clemente Gaspar Me'tchiicü - guache 2002

Fábio Antônio Demétrio Waecü - guache 2000

Cidberght Custódio Marques Nupawe`ecü - guache 2002

Xisto Batista Muratú Üücü rü Yauwenecü - guache 1999

José Custódio Marques Meãmücü - guache 2001

TRIMANO / Os retratos

ASSIS CHATEAUBRIAND - estudo - nanquim

retrato de TIZUKO - nanquim - detalhe - 1979

MARIA JESÚS MORALA "La Españolita" - esferográfica 2006/07

LUIS INÁCIO LULA DA SILVA - nanquim - Folha de São Paulo 1994

o escritor ALVARO CALDAS - esferográfica 2008

detalhe

PAULINHO DA VIOLA - nanquim - jornal Letras e Artes 1990

o escritor JOÃO ANTÓNIO - jornal 'Muito Mais" - SP 1998

O economista JOSÉ CARLOS DE ASSIS - nanquim 2008

CARL R. ROGERS - nanquim - Jornal do Brasil 1977

TIZUKO - nanquim e ecoline 1976

MARTA ARGERICH - nanquim e esferográfica 2008

detalhe

GRANDE OTELO - revista Argumento ~ SP 1973

quinta-feira, 9 de abril de 2009

OS POETAS / HO CHI MINH

Trimano 2008 / nanquim

HO CHI MINH / Kien Lan 1890 / Hanói 1969 /
Vietnam
HO CHI MINH / "Poemas do Cárcere" / tradução de Coema Simões e Moniz Bandeira / Editora Laemmert / Rio de Janeiro 1968
A POESIA NA REVOLUÇÃO / Magro, rosto amarelado, imberbe, cabelo na testa - éste, o aspecto que o jovem Ba apresentava, quando desembarcou no pôrto do Rio de Janeiro. Trabalhava a bordo de um navio e ficaria em terra para tratamento de saúde. / ____________________________________________________ Ba ou, como se notabilizou mais tarde, Ho Chi Minh habitou uma pensão no bairro de Santa Teresa. Alí passou algum tempo. Tal vez três meses, enquanto esperava que outro navio o levara de volta. / Não se pode precisar exatamente a data. Ba, nos fins de 1911, embarcou como ajudante de cocinheiro, no La Touche Treville, que fazia a linha Haiphong-Marsella. Tinha apenas 21 anos. Conheceu Oran, Dakar, Diégo-Suarez, Port Said, Alexandria. E depois de uma escala em Boston e New York, abandonou a profissão do mar. O mundo estava ás portas da guerra. Era 1914. / __________________________________________________________ Há muitas passagens obscuras na sua vida, informações vagas, dados incompletos. Nenhum dos seus biógrafos alude à sua viagem ao Brasil. Mas, evidentemente, foi nesse período que ela se realizou. / ___________________________________________________________ Em 1924, Ho Chi Minh se encontra, em Moscou, com Astrojildo Pereira e Rodolfo Coutinho com quem partilhou do mesmo quarto e aprendeu a lingua portuguesa. Ambos buscavam o reconhecimento do PCB pela Terceira Internacional. Evocou seus dias de Rio de Janeiro e revelou que muito o impressionara a zona do mangue - o cheiro fétido, o mercado do sexo, subproduto do capitalismo nas condições do atraso semicolonial. / Estava cada vez mais próximo do seu obgetivo: levantar a Indochina contra o jugo colonial. Aquêle homem, franzino, que manifestando indignação e tristeza , denunciou, no congresso socialista de Tours (28.12.20), "as atrocidades praticadas na Indochina pelos bandidos do capital", jamais perdera de vista o infortúnio do seu povo. A guerra mundial, que conflagrara a Europa e a Ásia, criara as condições para o início da jornada da libertação. ___________________________________________________________________ Ho Chi Minh retornou a Indochina, em janeiro de 1941, após consolidar a primeira zona libertada, na região de Cao Bang. Ali começava a maior epopeia da história contemporánea: a história de um povo pobre, atrasado, oprimido, que teima em ser livre, resiste e luta, prefere sucumbir nas ruinas, a golpes de napalm, a renunciar à sua independência e demonstra, com tôda a eloquência do seu heroismo e da sua resolução revolucionária, a fraqueza da maior máquina de guerra do imperialismo mundial. _____________________________________________________________________ A Comuna de París, as insurreições de 1905 e 1917, na Rússia, os levantes da Alemanha e da Hungria, em 1919, a grande marcha de Mao Tse-Tung, a guerra da Espanha, a revolução da China, as lutas de libertação da Argélia, o heroismo de Sierra Maestra, a epopeia do Vietnam e o sacrificio de Guevara - eis alguns episódios da história contemporánea mais fecundos e mais ricos em poesia. / ___________________________________________________________________ Marx, Trotsky, Karl Liebknecht, Mao Tse-Tung, Lumumba e muitos revolucionários escreveram versos, dedicaram-se á poesia. Todos encontraram na política, posteriormente, uma forma de expressão mais poderosa para sua criatividade. / ____________________________________________________________________ Não se pode ler, entretanto, a poesia de Ho Chi Minh com os mesmos olhos que se habituaram aos padrões estéticos do Ocidente. Seus poemas, na maioría são curtos e lembrariam os haicais dos japoneses. Encerram, frequentemente, uma anedota. Ho Cho Minh, através das contradições que joga em cada verso, imprime-lhes um conteúdo ético. _____________________________________________________________________ Quando se diz Ho Chi Minh, fala-se de todos os revolucionários que lutam e morrem no Vietnam. Ele é como aquêle monge incendiado, que se dispõe ao sacrificio, mas com a metralhadora na mao. ___________________________________________________________________ "Se tôda a revolução tem a força da poesia, tóda poesia, que sobrevive, tem a força da revolução" / Moniz Bandeira / Rio de Janeiro 1968
DIÁRIO DA PRISÃO
Aquí teu corpo está prêso na cela. / Teu espírito, não. Ele está livre. / Se queres continuar a tua missão, / deves manter elevado o teu moral.
A LUA
Que fazer ante o encanto da noite e a beleza do tempo? / Nem flor nem álcool na prisão. / Atravès das grades o homem contempla a lua. / A lua contempla o homem através das grades.

luminária em origami: Jacyara Grybowski

O CAMINHO
Se levo fortemente atados os meus braços, / ouço os pássaros, sinto o perfume das flores. / Quem me pode impedir essa felicidade / que me faz menos só e a marcha menos triste?
COBERTOR DE PAPEL DO COMPANHEIRO DE PRISÃO
Livros, novos, papéis velhos são amontoados, / Cobertor de papel é melhor que nenhum. / Abrigados do frio os ricos adormecem / enquanto na prisão tantos tremem sem sono.
MEIA-NOITE
Todos, dormindo, a mesma expressão de inocência. / O despertar divide em bons e maus os homens. / Bom, mau - ninguém assim de natureza nasce. / A educação depois o seu caráter forma.
QUATRO MESES, JÁ
"Um dia encarcerado: / mil anos lá fora". / Não é vã palavra / éste provérbio antigo. / Quatro meses na cela / destruíram meu corpo / mais que dez anos de vida. / Quatro meses de fome, / quatro meses de insônia, / sem mudar de roupa, / sem poder me lavar. / Abandonou-me um dente, / cabelos branquearam, / negro, magro, faminto, / vestido de sarna e de feridas. / Mas, paciente sou, / duro, rijo, / sem recuar um palmo. / Materialmente miserável, / o moral, firme.
BELEZA PERMANENTE
Tudo muda - é a lei. / A roda gira e não para. / Após a chuva, o sol. / O universo, num instante, / troca suas roupas molhadas. / A paisagem estende tapetes / sôbre seis quilômetros. / Sol doce, leve brisa, / uma flor sorrí. / No topo da árvore, / o galho que brilha. / Canta um côro de pássaros. / Homens e animais sentem a resurreição. / Que de mais natural? / Após a desgraça, o júbilo.

terça-feira, 7 de abril de 2009

OS POETAS / HÉCTOR ESCOBAR

Héctor Escobar - foto: Trimano 2008

ASSIM NASCEU A TEMPESTADE / Contaran-me que nascí na madrugada do dia 9 de julho de 1943, as cinco da manhã, baixo uma invernada muito forte,e o primeiro visitante que foi me cumprimentar foi o caudaloso rio Meta, que bordeja a pequena população de puerto Paez, no estado de Apure, na Venezuela; justo na fronteira com a Colômbia e o Amazonas, desde onde me couve navegar pela primeira vez na minha vida. / Contam que o visitante chegou com tanta força, que para que não nos afogássemos, me colocaram com minha mãe numa curiara, enquanto meu pai dava tiros no ar para anunciar minha chegada. Assim viajamos à terras mais altas onde nos refugiamos. Foi ali na floresta onde dei meus primeiros passos, em meio as crianças indígenas, que também era a origem da minha mãe, Trina - como o canto das aves. / Jornalista de profissão, de carne e osso. Desde a juventude escrevo poesias, contos, e até um romance histórico saiu de minhas mãos; alem de traduzir do português ao espanhol e vice versa, diversos autores brasileiros e portugueses. Resido à 30 anos no Brasil, de meus mais de 36 rodando pelo mundo. / Meu nome é realmente, Héctor Eliseo Escobar López, porem desde pequeno a familia me chamou sempre pelo segundo, Eliseo, Cheo. Héctor, de maneira mais formal, na vida profissional, até hoje. Sou um ou outro, os dois juntos, tanto faz. / Héctor Escobar - Rio de Janeiro 2009

foto: Rafiqur Rahman

OÁSIS DE SILÊNCIO / (Ás crianças do Iraque)
Sem escusas / Atropelado / Peço passagem ao silêncio / Para desgarrar um grito. / Desmorona a noite / Arrastando sua serpente / A covardia / Traga-se o céu de Bagdá. / Como usual / O mundo cala sua vergonha / O sangue afoga o pó do deserto / O invasor pulveriza as múmias / Desintegra a criancice / Prostitui o fogo
Peço passagem à dor / Meu coração / Meu Deus / É um arpão ferido
A noite não abriga / Morre o sol / É preciso despertar / Sublevar a moral / Refazer-nos sobre si mesmos / Sombra a sombra / A última esperança do ser / Está nas tuas mãos.

foto: Alaa al Marjani

O BURACO DA AGULHA
Atropeladamente e a galope / Com camelos e tudo / Cruzamos pelo buraco da agulha e o sol tinha se apagado / Suados chegamos ao mar / Vermelho / Ainda do sangue das crianças palestinas / Massacrados em Gaza / Manava pelos poros da areia. / Quisemos cruza-lo / Pela senda aberta por Moisés / Mas / Infelizmente / Ardente / O sangue / Tinha apagado / A descomunal estrada da Biblia / Deus dormia / Os fugitivos de ontem agora eram monstros / Transformando a vida em poeira / Pelo buraco da agulha chegamos / Sem pavor / Com camelos e tudo / A reinventar o amanhecer / Apesar da morte. / Rio de Janeiro 2004

foto: Alaa al-Marjani

domingo, 5 de abril de 2009

HOMENAGEM

NAZIM IKMET

OS POETAS / NAZIM IKMET

Ilustração: Trimano

NAZIM IKMET / Salónica - Império Otomano / atual Grecia, 1901 / Moscou - União Soviética, 1963 / Poeta e dramaturgo turco de vanguarda. / Pertenceu ao TKP - Partido Comunista da Turquia. / Por causa da sua militancia foi duramente perseguido. / Condenado a 15 anos de prisão, se exilia definitivamente na União Soviética. / O governo turco aboliu em 5 de janeiro de 2009 por decreto, a decisão ditatorial que, em 1951, retirou a nacionalidade turca do poeta. / A sua poesia foi traduzida para 50 linguas

O poeta na prisão

A MAIS CURIOSA DAS CRIATURAS
Como o escorpião, meu irmão, / Tu és como o escorpião / Numa noite de medo. / Como o pardal, meu irmão / Tu és como o pardal / No seu miudo desassossego. / És como o mexilhão, meu irmão / Tu és como o mexilhão / Fechado e tranquilo. / Tu és terrível meu irmão / Como a boca de um extinto vulcão. / E tu, ai de mim, não es um, / No es cinco, tu és milhões. / Tu és como a ovelha, meu irmão. / Quando o carrasco vestido da tua pele / Quando ele levanta a sua vara / Apressas-te a alcançar o rebanho / E vais para o matadouro a correr, / Quase orgulhoso / Em suma és a mais curiosa das criaturas / Mais curiosa que o peixe / Que vive no mar ignorando o mar. / E se há tanta miseria na terra / É graças a ti, meu irmão. / Se somos famintos, esgotados, / Se somos esfolados até ao sangue, / Espremidos como uvas para o nosso vinho / Iria até o ponto de dizer que é culpa tua, / mas não, / Isso não tem nada a ver contigo meu irmão. versão de Adalberto Alves
ANGINA DE PECHO
La mitad de mi corazón está aquí, doctor / Pero la otra mitad se encuentra en China, / En el ejército que baja hacia el rio Amarillo. / Cada mañana, / Cada mañana con el alba, / Mi corazón es fusilado en Grecia. / Y cuando el sueño rinde a los presos, / Cuando se alejan de la enfermeria los últimos pasos, / Mi corazón se va, doctor / Se va hacia una vieja casa de madera, allá en Istambul. / Además, doctor, hace más de diez años / Que no tengo nada en mis manos / Para ofrecer a mis hermanos; / Tan solo una manzana, / Una roja manzana: mi corazón. / Por todas estas cosas, doctor, / Y no por culpa de la arterioesclerosis, / Ni de la nicotina, ni de la cárcel, / Tengo esta angina de pecho. / Desde mi cama / Contemplo la noche tras los barrotes, / Y a pesar de todos estos muros / Que me aplastan el pecho, / Mi corazón palpita con la estrella más remota.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

"A CRISE DA GLOBALIZAÇÃO" de José Carlos de Assis / Ilustrações de Luis Trimano / Editora MECS - Rio de Janeiro 2008
As ilustrações de este livro foram previamente
publicadas no caderno de Economia da Folha de São Paulo,
durante o período: 1993 / 2003
-Este livro é uma tentativa de compreensão das megatendências econômicas, sociais e políticas desnudadas pela atual crise financeira mundial, as quais já estavam presentes embrionariamente nas civilizações ocidental e oriental depois do colapso da União Soviética, da emersão da China como potência econômica e da perda de influência do dôlar como padrão de valor internacional. / Não se trata de extrapolação de variáveis. / É um esforço para unir os cordões por trás dos processos de criação de valor a fim de destacar uma rede inteligível de relações pessoais, nacionais e mundiais que estão se determinando dentro de novos paradigmas, muitos deles na contramão do que aparece, para o senso comum, como realidade atual ou como tendência - José Carlos de Assis / Rio de Janeiro 2008 / trecho inicial do PREÂMBULO do livro
Aplicação I / O IMPERATIVO POLITICO DO PLENO EMPREGO
Aplicação II / A ARTE DA GUERRA NA ERA NUCLEAR
Aplicação III / A DESFINANCEIRIZAÇÃO DOS EUA E DO MUNDO
Pósfácio / A IDADE DA COOPERAÇÃO
CAPITULO I

nanquim

CAPITULO II

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CAPITULO V

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CONCLUSÃO

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A ARTE DA GUERRA NA ERA NUCLEAR

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Série Músicos / Alessandra Botelho
ALESSANDRA BOTELHO / Rio de Janeiro 1981 / Formada em Desenho Industrial, na área de Comunicação Visual pela PUC - Rio / É editora de videografismo da divisão internacional da Rede Globo

Série Músicos: B B KING 2009

"Pensando na delicadeza de um certo instante de entrega, que desenvolvi minha série de músicos./ Sensíveis ao toque... encantados com as notas,/ Sim, todos homens./ Acredito que eles, tão intensos como seus acordes, são livres./ Desprovidos de qualquer medo de fluir algo inesperado.../ O que os fazem únicos, é exatamente a livre expressão de um precioso momento, seja ele alegre ou não./ Figuras fortes, muitas vezes endurecidas simplesmente pelo físico./ Aliados a música, demonstram facilmente a alma" Alessandra Botelho

Série Músicos: MILES DAVIS - 2009

Série Músicos: RON CARTER - 2009