sexta-feira, 27 de março de 2009

OS POETAS / Cora Coralina / Brasil
CORA CORALINA: pseudónimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas - Cidade de Goiás 1889 / Goiânia 1985 / Foi uma poetisa e contista brasileira / Mulher simples, doceira de profissão, tendo vivido longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismos literârios, produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas de Goiás

Retrato de CORA CORALINA / Alessandra Botelho 2009

ASSIM EU VEJO A VIDA / A vida tem duas faces: positiva e negativa / O passado foi duro / Mas deixou o seu legado / Saber viver é a grande sabedoria / Que eu possa dignificar / Minha condição de mulher. / Aceitar suas limitações / E me fazer pedra de segurança / Dos valores que vão desmoronando. / Nascí em tempos rudes / Aceitei contradições / Lutas e pedras / Como lições de vida / E delas me sirvo / Aprendí a viver
A casa da familia onde Cora Coralina morou,
hoje museu "Casa de Coralina"
em Goiás
ANINHA E SUAS PEDRAS / Não te deixes destruir... / Ajuntando novas pedras / E construindo novos poemas. / Recria a tua vida, sempre, sempre. / Remove pedras e planta roseiras e faz doces. / Recomeça. / Faz da tua vida mesquinha / Um poema. / E viverás no coração dos jovens / E na memória das gerações que hão de vir. / Esta fonte é para uso de todos os sedentos. / Vem a estas páginas / E não entraves seu uso a quem tem sede
MEU DESTINO / Nas palmas das tuas mãos / Leio as linhas da minha vida / Linhas cruzadas, sinuosas, interferindo no teu destino. / Não te procurei, não me procurastes, cruzamos / Passavas com o fardo da vida... / Corri ao teu encontro. / Sorri. Falamos. / Esse dia foi marcado / com a pedra branca da cabeça de um peixe./ E, desde então caminhamos / Juntos pela vida
A INTERVENÇÃO URBANA
ALEX FLEMING / São Paulo - Brasil 1954 / Pintor, escultor e gravador / Em 1998 realiza paineis em vidro para a estação Sumaré do metrô paulista / Fotos de pessoas comuns, semelhantes as utilizadas nos documentos de identificação / Sobre as imagens sobrepõe letras coloridas contendo trechos de poemas de autores brasileiros

Estação Sumaré

Estação Sumaré

Estação Sumaré

Estação Sumaré

Estação Sumaré

Estação Sumaré

CONVOCAÇÃO!

"LA JUVENTUD" - Ricardo Longhini 1972

Busto de gêsso anónimo /
Madeiras quebradas /
Pregos

domingo, 22 de março de 2009

ANTOLOGIA BENEDETTI / tradução: Julio Luiz Ghelen / ilustrações: Luis Trimano / Exposição dos desenhos originais que ilustram a edição bilingüe: espanhol - portugués, de Mario Benedetti, editora Record 1988 / Casa de Cultura Laura Alvim / Rio de Janeiro - Maio de 1989

Capa do catálogo da exposição

Benedetti por Trimano

MARIO BENEDETTI / 1920 - Paso de los Toros / Departamento de Tacuarembó - Uruguay / Ver biografia na Google

Ilustração para "As atas do rancor"

Nanquim
AS ATAS DO RANCOR / Pouco a pouco o rancor vai me invadindo / animaliza minha anima lisa / me empresta garras nas maldições / me sobressalta a paciência boba/ dâ brilho ao ôdio como para abutres / me põe em ascuas e ascos
abro o livro e aprendo / a história do rancor, seus pormenores / seus desenvolvimentos e suas pautas / seus herdados instrumentos
mesmo assim me espera uma surpresa / quando fecho o breviário / fica entre minhas mãos / uma beira desarmada e desalmada / um rastro tedioso / sem prestígio e sem medula
então me reduzo ao que sou / vazio de ferramentas culturais / fecho os olhos mas / que vou fazer / não sonho com perdões

sábado, 21 de março de 2009

Ilustração para "As atas do rancor - II"

Nanquim

Ilustração para "Porque cantamos"

Nanquim

ilustração para "Sem terra, sem ceu"

Nanquim

Ilustração para "Consternados, raivosos"

Nanquim

Ilustração para "Vocês e nos"

Nanquim
AMOR DE TARDE / É uma pena você não estar comigo / quando olho o relôgio e já são quatro / e termino a planilla e penso dez minutos / e estico as pernas como todas as tardes / e faço assim com os ombros para relaxar as costas / e estalo os dedos e arranco mentiras
É uma pena você nao estar comigo / quando olho o relôgio e já são cinco / e eu sou uma manivela que calcula juros / ou duas mãos que pulam sobre quarenta teclas / ou um ouvido que escuta como ladra o telefone / ou um tipo que faz números e lhes arranca verdades
É uma pena você não estar comigo / quando olho o relôgio e já são seis / você podia chegar de repente / e dizer "e ai?" e ficaríamos / eu com a mancha vermelha dos teus labios / você com o risco azul do meu carbono

Ilustração para "Amor de Tarde"

Nanquim

Ilustração para "Um Pai-Nosso Latinoamericano"

Nanquim

Ilustração para "Propriedade do Perdido"

Nanquim

Ilustração para "Bandoneón"

Nanquim

sábado, 14 de março de 2009

Propostas Gráficas / Gravadores e Ilustradores / Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro / Fevereiro - Março de 2009
O Poema Ilustrado
Poema: SEVERO SARDUY - Camagüey - Cuba 1937 / París - França 1993 / Ilustrações: ENRIQUE SILVESTRE - Havana - Cuba 1966
ENTRANDO EN TI, CABEZA CON CABEZA
entrando en ti, cabeza con cabeza
pelo con pelo, boca contra boca:
el aire que respiras - la fijeza
del recuerdo - respiro y en la poca
luz de la tarde - rayo que no cesa
entre los huesos abrasados toca
los bordes de tu cuerpo: luz que apresa
la forma. ya su cénit la convoca
a otro vacio donde su blancura
borra, marca de arena, tu figura
el dia devorando de sonidos
quema, de trecho en trecho, su espesura
y vuelca de ceniza la textura
en la noche voraz de los sentidos

sexta-feira, 13 de março de 2009

O Retrato Hiperrealista
CHUCK CLOSE / Fotógrafo e pintor americano nascido em Washington em 1940, Estados Unidos da América / Close utiliza como técnica o fotorealismo, técnica em que a pintura e similar a uma fotografia / Se enquadra no movimento artistico denominado de Hiperrealismo

Chuck Close

retrato / acrílico sobre tela - IBEU

detalhe

exposição no IBEU - Rio de Janeiro

retrato de Richard - acrílico sobre tela - 108 x 84 - 1969