segunda-feira, 30 de junho de 2008

O ESTÚDIO --


O ESTÚDIO -


O ESTÚDIO -


O POEMA ILUSTRADO  

Jack Kerouac / foto Allen Guinsberg -




ON THE ROAD - PÉ NA ESTRADA
JACK KEROUAC - 1922-1969

SÉRIE "DIÁRIO" - Centauro ferido - estudo de uma escultura de Antoine Bourdelle - nanquim e guache --



... a través de Linares, através da calorenta e plana região pantanosa,
através do abafado rio Soto la Marina, próximo a Hidalgo e adiante.
Um enorme vale de selva verdejante com amplos campos cultivados
sugiu à minha frente. Grupos de homens nos observavam passar,
reunidos ao lado de uma velha ponte enferrujada.
O rio aquecido fluía, ardente.
E então subimos a novas altitudes e a região desértica e inculta resurgiu.
A cidade de Gregória estava a frente.
Os rapazes dormiam e eu estava ao volante, sozinho na minha eternidade,
e a estrada seguia reta como uma flecha.
Não era como dirigir pela Carolina, ou pelo Texas, ou pelo Arizona, ou pelo Illinois,
mas sim dirigir através do mundo rumo a lugares
onde nos finalmente aprenderíamos algo entre os lavradores indigenas desse mundo,
a origem, a força essencial da humanidade básica, primitiva e chorosa
que se estende como um cinturão ao redor da barriga equatorial do planeta,
desde a Malásia (a longa unha da China) até o grande subcontinente indiano,
passando pela Arábia e pelo Marrocos,

SÉRIE "DIÁRIO" -


SÉRIE "DIÁRIO" -


SÉRIE "DIÁRIO" -


SÉRIE "DIÁRIO" -



cruzando os próprios desertos e selvas do México,
sobre as ondas da Polinésia para chegar ao Sião místico da Túnica Amarela,
sempre ao redor, ao redor, de modo que se pode ouvir
a mesma lamúria nostálgica desde as muralhas arruinadas de Cádiz, na Espanha,
até vinte mil kilómetros mais além, nas profundezas de Benares, a Capital do Mundo.
Essas pessoas eram induvitavelmente indias
e não tinham absolutamente nada a ver com os tais Pedros e Panchos
da tola tradição civilizada norte-americana.
Tinham as maçâs do rosto salientes, olhos obliquos, gestos suaves:
não eram bobos, não eram palhaços, eram grandes e graves indígenas,
a fonte básica da humanidade, os pais dela.
As ondas são chinesas, mas a terra é coisa dos indios.
Tão essencial como as rochas no deserto,
são os indios no deserto da "história"
tradução: Eduardo Bueno

sexta-feira, 20 de junho de 2008


A ILUSTRAÇÃO EDITORIAL  -


"Canavial" - Estudo para capa de livro

BOLÍVIA - Estudo para capa de livro - guache -


SÉRIE "ECONOMIA" -




SÉRIE 'ECONOMIA" -




AMAZÓNIA - Caderno MAIS - Folha de São Paulo - 1993-2003 -





TRIMANO - "Índios" - nanquim - Revista Tempo e Presença --



TRIMANO - "Incidente" - nanquim 1990 --



TRIMANO - Série Economia - nanquim e colagem --



TRIMANO - "Passaporte" - nanquim e colagem --



TRIMANO - "Stuart Angel Jones" - nanquim - Revista LEIA --



terça-feira, 17 de junho de 2008

TRIMANO - Série Economia - nanquim --




ESPAÇO

A ILUSTRAÇÃO NA IMPRENSA

ESPAÇO

"Papel, lápis e a tremenda solidão de criar. Ninguém nunca teve mais do que isto",
diz uma personagem de Clarice Lispector.
Tomemos uma página de Economia de um jornal ou revista. Estão ali fatos que
dizem respeito á nossa vida, á nossa sobrevivencia, um apanhado diário de
escassez e de fartura, com seu quinhão de tristeza e felicidade. Noticias de safras,
do tiroteio do dólar, da gangorra da inflação e da bolsa, dos mercados globais,
do preço do feijão, do salário espezinhado e do emprego perdido, da fome e da abundância, pequenas tragédias de todos os dias. É disto que se trata, embora a coisa, a linguagem, possa parecer inextrincâvel ciência de iluminados.
Todo o mistério da ilustração está em que se exige do artista mais do que a simples representação gráfica. Uma árvore não é uma árvore. Trata-se de ver e expor
aquilo sob um outro prisma. Da mesma forma que, invertidos os polos, o narrador
que se debruça sobre a imagem, para lhe dar uma forma narrativa, vai lhe insuflar
uma nova vida, plasmada no original mas plena de novos significados.
São as artes do oficio."
ESPAÇO
ESPAÇO
ALVARO CALDAS / Rio de Janeiro 2003 Extraido do texto de apresentação do catálogo da exposição retrospectiva: TRIMANO / Série Economia 2 - Ilustrações para a Folha de São Paulo 1993 / 2003 Galeria Antonio Berni / Instituto Cultural Brasil - Argentina - 2003

LIBERDADE INTERDITADA

DISCURSO

O CAVALO

"LA BOCA DEL RIACHELO" / Argentina

ESTÁTUA E NAVE / ( a guerra )

SOL E CAVEIRA / ( a guerra )

AS VEDAÇÕES / ( a guerra)

A GUERRA / (maquete para escultura)

AS MOSCAS

domingo, 15 de junho de 2008

"As estatuas" / atelier do escultor argentino R.Yrurtia



SÉRIE "DIÁRIO"
Galeria Cândido Portinari
UERJ Rio de Janeiro 2006/07



A Educação Pelo Traço - Leonardo Fróes
Não, nem tudo está perdido. Porque houve Goeldi, santo homem que tive o privilégio de conhecer em pessoa, e Grassman. com esses e outros mestres do traço, com esses e os poetas da cor, cujas obras me nutriram, na juventude, em minhas peregrinações por museus, foi que meus olhos de menino espantado começaram a ver sob a aparência das coisas. A educação pelo traço, para um escritor, é essencial: assim como as palavras, tendo plasticidade e contorno, são os desenhos imperfeitos que ele consegue fazer, assim o corte, o gesto, o risco, as incisões praticadas por artistas na superfície do mundo é que lhe abrem com mais proveito e largueza as portas da percepção dos fenomenos. Nem tudo está perdido. Se o ambiente da arte já foi contaminado pela corrupção do gosto, se o lixo visual e sonoro nos enche olhos e ouvidos, pelas ruas, das mais inúteis bobagens, se um comercialismo vulgar se sacraliza sob o nome pomposo de Mercado, deus de lábia de ouro que ludibria e seduz, nada disso constitui no Ocidente, entretanto, uma novidade nefasta estruturada ou surgida em nossos dias. Há quase 200 anos, em nossa banda do planeta, essas situações se repetem, tenazes como as doenças cronicas. Schopenhauer, num conjunto de textos publicado em 1851, Parerga und Paralipomena, denunciou que os mesmos males já grassavam então na arte literária. Ao contrapor-se aos "livros ruins" de sua época, que, segundo ele, eram "escritos exclusiva- mente com a intenção de ganhar dinheiro", o filósofo considerou-os "não apenas inúteis, mas realmente prejudiciais" sendo taxativo ao dizer: "Nove décimos de toda a nossa literatura atual não têm nenhum outro objetivo a não ser tirar alguns trocados do bolso do público..." Sejam livros, sejam quadros ou outros objetos de arte, todos sabemos, só não vê quem não quer, que essa mesmice se prolonga até hoje, agravando-se à medida que a corrupção do gosto se generaliza e que a fome de lucro fácil se orienta para a valorização do que é ruim, mal feito, xaporoso, vazio de significado e por conseqüência nocivo. Uma "abundante erva daninha", como escreveu Schopenhauer no século 19, "que tira a nutrição do trigo e o sufoca". Sendo doença cronica, o acumulo de coisas tolas e sua produção em série perturbam, sem dúvida, a organicidade e a boa ordem do mundo. Mas, apesar disso, nem tudo - insisto - está definitivamente perdido. Porque, assim como tivemos Goeldi e Grassman e tantos outros criadores de tantas e tão diversas verdades, como tivemos Daumier ou Hogarth, Grosz ou Posadas, temos aqui aos nossos olhos, em nossa banda do planeta, alguns heróis da resistência que souberam se imunizar contra as enfermidades da moda.
Texto escrito pelo poeta e tradutor Leonardo Fróes, especialmente para o catálogo da exposição Série "Diário" - e 5 poemas de Juan Gelman

SÉRIE "DIÁRIO" -


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meretricio
o pesadelo de MK
cópula IV
cópula III
cópula II
cópula I